Como as cidades inteligentes estão adotando práticas sustentáveis
22 de agosto de 2024O Brasil gera milhões de toneladas de resíduos orgânicos anualmente, o que representa um desafio significativo para gestores de empresas públicas e privadas. Grande parte desse material acaba em aterros sanitários, onde se decompõe naturalmente, liberando gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono, e contaminando o solo e as águas subterrâneas.
A boa notícia é que existe uma alternativa mais eficiente e ambientalmente responsável para o tratamento desses resíduos: a biodigestão.
A biodigestão é um processo biológico controlado que transforma matéria orgânica em biogás, um combustível renovável, e biofertilizantes. Essa tecnologia oferece uma solução completa para a gestão de resíduos, contribuindo de maneira significativa para a sustentabilidade.
Neste artigo, entenda as principais diferenças entre o biogás gerado por biodigestão e o produzido em aterros sanitários, analisando como cada processo opera, suas vantagens, desvantagens e seus impactos ambientais.
Biogás de biodigestão: o que é e como é produzido
O biogás é um gás composto principalmente por metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂), produzido através da decomposição anaeróbica da matéria orgânica. Essa decomposição é realizada por bactérias anaeróbicas que, ao consumirem os resíduos, produzem biogás e um biofertilizante rico em nutrientes.
Na biodigestão, o processo ocorre em um ambiente controlado, onde as condições como temperatura, pH e umidade são rigorosamente monitoradas para maximizar a produção de biogás. Esse controle permite uma maior concentração de metano no biogás, tornando-o mais eficiente para a geração de energia. Além disso, como o processo captura e utiliza o metano que seria liberado na atmosfera, a biodigestão contribui para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
Diversos tipos de resíduos orgânicos podem ser utilizados na biodigestão, incluindo resíduos agrícolas, industriais e saneamento. Isso faz da biodigestão uma solução versátil e integrada para a gestão sustentável de resíduos, promovendo não apenas a geração de energia renovável, mas também a produção de biofertilizantes que podem ser utilizados na agricultura, fechando o ciclo de nutrientes de forma eficiente.
Biogás de aterro sanitário: qual a diferença?
O biogás de aterro sanitário é gerado pela decomposição natural dos resíduos sólidos urbanos depositados nesses locais. Esse processo ocorre de forma lenta e espontânea, também pela ação de bactérias anaeróbicas. No entanto, o biogás produzido em aterros sanitários apresenta algumas diferenças significativas em comparação ao biogás de biodigestão.
Primeiramente, a concentração de metano no biogás de aterro sanitário é geralmente mais baixa, variando entre 45% e 60%. Além disso, o biogás de aterro contém mais impurezas, como sulfeto de hidrogênio (H₂S), que complicam seu uso direto para a geração de energia. Essas impurezas exigem tratamento adicional para que o biogás possa ser utilizado de maneira eficiente, o que aumenta os custos e reduz a viabilidade do processo.
Os aterros sanitários têm a capacidade de receber e processar grandes volumes de resíduos sólidos urbanos, o que historicamente os tornou uma solução preferida para o descarte de lixo em grandes cidades. No entanto, esse modelo de gestão de resíduos apresenta desafios ambientais significativos.
Biodigestão x aterro sanitário: qual o impacto ambiental?
Um dos principais diferenciais entre a biodigestão e a produção de biogás em aterros sanitários está no impacto ambiental de cada processo.
A biodigestão, por ser um processo controlado, permite uma gestão mais eficiente dos resíduos e uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o biofertilizante produzido pela biodigestão é um subproduto valioso, contribuindo para a reposição de nutrientes no solo e promovendo uma agricultura mais sustentável.
Em contraste, os aterros sanitários, apesar de sua capacidade de lidar com grandes volumes de resíduos, têm um impacto ambiental mais severo. Mesmo com a instalação de sistemas de captura de biogás, a decomposição dos resíduos em aterros resulta em uma liberação gradual e constante de gases poluentes, o que contribui para o aquecimento global.
Além disso, a necessidade de grandes áreas de terra para a construção de aterros, juntamente com os riscos de contaminação do solo e das águas subterrâneas, são fatores críticos que tornam essa solução menos sustentável a longo prazo.
Como a Bioo atua no processo de biodigestão
A Bioo se destaca na implementação de práticas inovadoras e sustentáveis na gestão de resíduos, alinhando suas operações aos princípios da economia circular e da sustentabilidade.
A empresa utiliza a biodigestão como uma das principais tecnologias para transformar resíduos agroindustriais em biogás, biometano e fertilizante orgânico, contribuindo para uma cadeia produtiva mais limpa e eficiente.
Diferentemente dos aterros sanitários, que se limitam a tratar os resíduos de forma passiva, a abordagem da Bioo promove uma gestão ativa e controlada dos resíduos.
Ao transformar resíduos em biometano e outros bioprodutos de valor agregado, a Bioo não só reduz a necessidade de destinação final em aterros, como também cria novas oportunidades de aproveitamento energético e de insumos para a agricultura.
Essa atuação reforça a importância de tecnologias como a biodigestão na transição para um modelo econômico mais sustentável. Ao valorizar os resíduos como recursos, a Bioo contribui para a redução do impacto ambiental e para a construção de uma economia circular, onde os resíduos são reaproveitados de forma eficiente.
O que é melhor para minha empresa e para o meio ambiente?
A produção de biogás, seja por meio da biodigestão ou em aterros sanitários, representa uma alternativa importante na busca por fontes de energia renovável e na gestão sustentável de resíduos. No entanto, as diferenças entre esses processos são significativas e têm implicações importantes em termos de eficiência, sustentabilidade e impacto ambiental.
A biodigestão se destaca por sua alta eficiência energética, controle rigoroso do processo e pelos benefícios adicionais, como a produção de biofertilizantes. Esse método é especialmente vantajoso para empresas e municípios que buscam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e promover uma gestão sustentável de resíduos.
Por outro lado, os aterros sanitários, embora representem uma solução de menor custo inicial, apresentam desafios ambientais consideráveis. A longo prazo, os impactos negativos associados à contaminação do solo, à poluição das águas subterrâneas e à liberação contínua de gases de efeito estufa tornam essa opção menos atrativa para quem está comprometido com a sustentabilidade.
Para empresas que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, a biodigestão surge como a opção mais alinhada com os princípios da economia circular. Ao transformar resíduos em energia limpa e em produtos de valor agregado, essa tecnologia não só minimiza o impacto ambiental, como também contribui para a criação de uma economia mais resiliente e sustentável.