Fertilizante biológico x biofertilizante: quais as diferenças e como se complementam

O manejo sustentável do solo é fundamental para preservar sua saúde, produtividade e capacidade de sustentar a vida a longo prazo. Além de garantir a segurança alimentar, práticas sustentáveis ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas ao capturar carbono e promover a biodiversidade.

Nesse cenário, biofertilizantes e fertilizantes biológicos desempenham um papel estratégico. Enquanto os biofertilizantes transformam resíduos orgânicos em insumos produtivos, fomentando a economia circular, os fertilizantes biológicos estimulam a microbiota do solo, promovendo ciclos naturais de nutrientes e reduzindo impactos ambientais.

Neste artigo, exploraremos as diferenças e complementaridades entre essas duas soluções, mostrando como sua aplicação conjunta pode potencializar os benefícios para a agricultura sustentável e reforçar a fertilidade do solo de maneira inovadora e ecológica.

O que são fertilizantes biológicos?

Os fertilizantes biológicos representam uma alternativa mais sustentável e eficiente para a nutrição das plantas. Esses produtos utilizam microorganismos benéficos, como bactérias e fungos, para estimular o crescimento saudável das culturas e melhorar a saúde do solo.

Conforme a legislação brasileira, um fertilizante biológico é definido como:
“Um produto que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal ou estimulante.”

Esse conceito reforça o papel dos fertilizantes biológicos como insumos seguros e sustentáveis, que promovem a produtividade agrícola sem causar impactos negativos ao meio ambiente.

Na prática, esses fertilizantes podem ser produzidos a partir de diversos materiais orgânicos, como:

• Cascas de ovos
• Esterco de animais
• Restos de frutas e verduras
• Soro de leite

Mecanismo de ação

O mecanismo de ação dos fertilizantes biológicos está diretamente relacionado aos microorganismos presentes em sua composição. Eles desempenham funções-chave, como:

• Fixação de nitrogênio: bactérias como Rhizobium capturam nitrogênio da atmosfera e o transformam em formas assimiláveis pelas plantas.
• Solubilização de nutrientes: microorganismos como o Bacillus ajudam a liberar fósforo, promovendo a nutrição das plantas de forma eficiente.
• Produção de bioestimulantes naturais: estimulam o crescimento vegetal ao produzir hormônios naturais, como auxinas e citocininas.

Exemplos de fertilizantes biológicos e suas aplicações

Os fertilizantes biológicos possuem ampla aplicação na agricultura e podem ser divididos em categorias de acordo com sua função:

• Inoculantes de nitrogênio: ideais para leguminosas como soja e feijão, promovendo alta fixação de nitrogênio.
• Biofertilizantes de fósforo: desenvolvidos a partir de resíduos orgânicos processados, ideais para gramíneas e hortaliças.
• Promotores de crescimento: combinações específicas de microrganismos para culturas como milho, café e cana-de-açúcar, otimizando o desenvolvimento e a produtividade.

Esses exemplos reforçam o papel dos fertilizantes biológicos na construção de uma agricultura sustentável, promovendo solos mais saudáveis e produtivos enquanto reduzem impactos ambientais.

O que são biofertilizantes?

Os biofertilizantes são uma categoria específica dentro do universo dos fertilizantes biológicos, mas com foco na promoção da fertilidade do solo através de microorganismos vivos. Diferente dos fertilizantes biológicos, que podem atuar de várias formas, os biofertilizantes possuem uma ação mais direta na melhoria da qualidade do solo e no aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Os biofertilizantes oferecem diversos benefícios para a saúde do solo, entre eles:

1. Aumento da fertilidade: liberação gradual de nutrientes essenciais, promovendo um fornecimento equilibrado para as plantas.
2. Melhora na estrutura do solo: ajudam na porosidade do solo, promovendo melhor drenagem e retenção de água.
3. Recuperação da microbiota do solo: estimulam microorganismos benéficos que combatem patógenos e restauram o equilíbrio natural.
4. Sustentabilidade: são mais ecológicos do que fertilizantes químicos, pois não poluem os recursos hídricos nem emitem gases de efeito estufa em excesso.

Como os biofertilizantes são produzidos

A produção de biofertilizantes envolve a seleção e cultivo de microorganismos benéficos que irão atuar diretamente sobre o solo e as plantas. Esses microorganismos podem ser bactérias, fungos ou até algas que ajudam na fixação de nitrogênio, solubilização de fósforo e outras funções que enriquecem o solo. O processo de produção geralmente segue as etapas:

• Seleção dos microrganismos: escolha de espécies que possuem alta eficiência em promover a fertilidade do solo e interagir positivamente com as plantas.
• Cultivo dos microrganismos: estímulo do crescimento e multiplicação das colônias de microorganismos em um ambiente controlado.
• Formulação e processamento: após o cultivo, os microorganismos são concentrados e preparados para uso, podendo ser aplicados diretamente no solo ou nas raízes das plantas.
• Distribuição e aplicação: os biofertilizantes podem ser aplicados por fertirrigação, pulverização foliar ou diretamente no solo.

Esse processo de produção utiliza resíduos orgânicos e outras fontes naturais para garantir a eficiência dos biofertilizantes e, ao mesmo tempo, contribuir para a economia circular, transformando passivos ambientais em soluções sustentáveis.

Principais diferenças entre biofertilizantes e fertilizantes biológicos 

Os biofertilizantes e fertilizantes biológicos têm como objetivo melhorar a saúde do solo e o crescimento das plantas, mas com diferenças importantes. Os biofertilizantes são compostos por microorganismos benéficos, como bactérias e fungos, que melhoram a fertilidade do solo, disponibilizando nutrientes de forma gradual. Já os fertilizantes biológicos podem incluir tanto microorganismos quanto compostos orgânicos, com foco mais amplo no aumento da produtividade das plantas.

Em termos de ação, os biofertilizantes agem no solo, estimulando a microbiota benéfica e melhorando sua estrutura. Já os fertilizantes biológicos podem atuar tanto no solo quanto nas plantas, favorecendo o crescimento e a produtividade.

De forma geral, podemos dizer que os biofertilizantes são ideais para melhorar a qualidade do solo a longo prazo, enquanto os fertilizantes biológicos são mais indicados para resultados rápidos, aumentando a produtividade das plantas em curto prazo.

Como biofertilizantes e fertilizantes biológicos se complementam? 

A combinação de biofertilizantes e fertilizantes biológicos pode gerar resultados altamente benéficos para a agricultura regenerativa e a economia circular. Por exemplo, ao utilizar biofertilizantes para melhorar a microbiota do solo e a estrutura orgânica, é possível criar condições ideais para a aplicação de fertilizantes biológicos, que promovem um aumento imediato na produtividade das plantas.

Essa integração otimiza a liberação gradual de nutrientes e fortalece a saúde do solo, sem recorrer a produtos químicos. Esse uso combinado não só favorece o crescimento saudável das plantas, mas também contribui para a redução do desperdício e para o ciclo sustentável de resíduos. A agricultura regenerativa, por sua vez, se beneficia dessa sinergia, restaurando solos e promovendo a sustentabilidade a longo prazo, alinhada com os princípios da economia circular.

Qual o papel da Bioo na transformação do manejo agrícola sustentável ?

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Além disso, a atuação da Bioo está alinhada aos princípios da economia circular, reduzindo significativamente o volume de resíduos destinados a aterros sanitários e mitigando os impactos ambientais associados ao descarte inadequado. Ao produzir fertilizantes biológicos de qualidade, a empresa contribui para a diminuição do uso de produtos químicos na agricultura, promovendo práticas mais ecológicas e sustentáveis.

Dessa forma, a Bioo não apenas oferece soluções inovadoras para o manejo de resíduos, mas também impulsiona a sustentabilidade ambiental e a eficiência econômica no setor agrícola.

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