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15 de maio de 2025O Brasil produz milhões de toneladas de lixo todos os anos, mas recicla apenas uma pequena fração. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2023, apenas 4% dos resíduos sólidos são reciclados no país.
Ainda assim, a indústria brasileira importou mais de 100 mil toneladas de resíduos recicláveis, como vidro, plástico e papelão, só no primeiro semestre de 2024. Esse movimento revela um paradoxo: o problema não está apenas na quantidade de lixo gerada, mas na falta de estrutura para aproveitá-lo.
Esse cenário afeta diretamente o lixo industrial, um dos mais impactantes do ponto de vista ambiental e social. Sem um sistema eficiente de coleta, separação, capacitação de cooperativas e incentivo à logística reversa, muitas empresas preferem importar resíduos recicláveis do que estruturar cadeias locais. O resultado é o agravamento dos impactos socioambientais, o desperdício de recursos e o desmonte de um setor que poderia gerar empregos, renda e inovação.
Neste artigo, você vai entender o que é o lixo industrial, seus principais tipos e riscos, e como o descarte correto pode reduzir impactos, atender à legislação e fortalecer a responsabilidade socioambiental das empresas.
O que é lixo industrial e por que o descarte correto é tão importante?
O lixo industrial é composto por resíduos sólidos, líquidos ou gasosos gerados por processos produtivos nas indústrias. Pode incluir desde restos de matéria-prima até solventes, cinzas, lodos, embalagens e rejeitos químicos. Para garantir a destinação adequada, é essencial realizar a classificação de resíduos, que determina o grau de periculosidade e os riscos associados, conforme critérios estabelecidos pela ABNT NBR 10004.
Quando descartado de forma inadequada, o lixo industrial pode causar danos ambientais severos, como a contaminação do solo, dos lençóis freáticos e da água potável. Além disso, liberam poluentes atmosféricos que comprometem a qualidade do ar e a saúde pública. O impacto é ainda mais grave nas comunidades que vivem próximas a áreas industriais, geralmente mais vulneráveis e que convivem com os riscos à saúde e à segurança sem o devido suporte ou compensação.
Além das consequências socioambientais, há também riscos legais. A destinação incorreta de resíduos pode resultar em multas, embargos, responsabilização civil e até criminal, conforme previsto na Lei n.º 12.305/2010 (PNRS) e na Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º 9.605/1998). Ou seja, investir em uma gestão de resíduos industriais eficiente e responsável é uma forma de reduzir riscos, atender à legislação ambiental e fortalecer o compromisso da empresa com a sustentabilidade e com a agenda ESG.
Boas práticas para o reaproveitamento e descarte correto de resíduos industriais
A gestão eficiente do lixo industrial começa com planejamento, capacitação e a adoção de tecnologias que viabilizem o reaproveitamento de materiais e a redução dos impactos ambientais. Empresas que seguem as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e normas técnicas como a ABNT NBR 10004 conseguem não só cumprir a legislação, mas também gerar valor a partir de resíduos que antes eram vistos apenas como descarte.
Veja algumas práticas recomendadas:
1. Classificação e capacitação
Identificar corretamente o lixo industrial é o primeiro passo para sua destinação adequada. A classificação de resíduos conforme grau de risco (perigosos, não inertes ou inertes) deve ser feita por profissionais qualificados. Capacitar equipes sobre separação, acondicionamento e coleta é essencial para evitar erros no processo.
2. Reutilização e reciclagem com tecnologia
O lixo industrial orgânico pode ser transformado em insumos energéticos ou reaproveitado em novos ciclos produtivos. Entre as alternativas tecnológicas mais adotadas estão o coprocessamento, a incineração controlada e a reciclagem mecânica.
A biodigestão anaeróbia se destaca como uma solução inovadora, permitindo transformar resíduos orgânicos do lixo industrial, como restos de alimentos e resíduos agroindustriais — em biogás, uma fonte de energia renovável e de baixo impacto ambiental. A Bioo oferece soluções que aproveitam o potencial energético desses resíduos orgânicos para gerar Biometano, fertilizantes biológicos e dióxido de carbono em grau alimentício, promovendo a valorização de resíduos e impulsionando a transição para uma matriz energética mais limpa e descentralizada.
3. Logística reversa e parcerias
Estabelecer parcerias com cooperativas, empresas recicladoras e fornecedores é uma forma de garantir o destino correto do lixo industrial e reduzir custos logísticos. Programas de logística reversa, especialmente em setores que envolvem embalagens ou insumos químicos, são estratégias eficazes para garantir o retorno e reaproveitamento dos materiais.
4. Certificações e conformidade
Buscar selos como ISO 14001 e outras certificações ambientais fortalece a credibilidade da empresa e garante conformidade com padrões internacionais. Além disso, contribui para a estruturação de políticas internas de sustentabilidade e transparência.
5. Inovação e economia circular
Investir em pesquisa e desenvolvimento para incorporar a lógica da economia circular nos processos produtivos pode transformar resíduos industriais em matéria-prima, reduzir desperdícios e estimular soluções inovadoras. A circularidade também ajuda a integrar a sustentabilidade ao modelo de negócios.
rtanto, cabe a empresa escolher o caminho mais viável para auxiliar na destinação correta do lixo industrial.
Exemplos de empresas que investem na gestão de lixo industrial
Diversas empresas têm adotado soluções eficazes para reduzir os impactos do lixo industrial em suas operações, com foco em logística reversa, reaproveitamento de resíduos e responsabilidade socioambiental. Veja alguns exemplos:
Toyota Brasil
A Toyota implementa práticas de logística reversa para resíduos como óleo lubrificante e filtros usados. Todo o processo (da coleta ao tratamento) é feito por empresas licenciadas, garantindo o descarte ambientalmente adequado e o cumprimento das exigências legais. A empresa também investe na conscientização interna sobre o uso eficiente de recursos e redução de resíduos industriais ao longo da cadeia de produção.
AMBEV
Referência em sustentabilidade no setor de bebidas, a Ambev desenvolve diversas iniciativas voltadas à reciclagem e reaproveitamento de resíduos industriais. A empresa atua com programas de logística reversa para embalagens, promove a reciclagem de vidro em parceria com cooperativas e reaproveita resíduos como bagaço de malte e levedura na produção de ração animal e fertilizantes. Essas ações integram a estratégia de sustentabilidade da companhia e fortalecem sua atuação na economia circular.
Samsung
A Samsung investe no programa Re+, disponibilizando urnas de coleta para itens de pequeno porte, como smartphones, tablets, acessórios, pilhas e baterias, em suas lojas e assistências técnicas autorizadas em todo o Brasil. Essa iniciativa facilita o descarte correto de resíduos eletrônicos e promove a reciclagem desses materiais.
Vivo
A Vivo opera o programa “Recicle com a Vivo”, incentivando consumidores a descartarem corretamente seus resíduos eletrônicos. A empresa disponibiliza pontos de coleta em suas lojas para itens como celulares, carregadores e baterias, contribuindo para a redução do impacto ambiental desses resíduos.
Green Eletron
A Green Eletron é uma gestora de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas no Brasil. A empresa oferece serviços de coleta, transporte e destinação final ambientalmente adequada desses resíduos, auxiliando outras organizações a cumprirem as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Vulcabras
A Vulcabras, empresa do setor calçadista, implementou práticas de economia circular em suas operações. A companhia recicla 100% dos resíduos gerados em sua fábrica na Bahia, transformando materiais como EVA, tecidos e embalagens plásticas em novos produtos ou insumos para outras indústrias, reduzindo significativamente o impacto ambiental de suas atividades.
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